Volatilidade e Risco: Para Nós, Conceitos Extremamente Diferentes

Compartilhe:
Volatilidade e Risco: Para Nós, Conceitos Extremamente Diferentes

O conceito de risco em investimentos pode ser interpretado de maneiras diferentes, dependendo do perfil do investidor e do horizonte de tempo considerado. No mercado financeiro, é comum que risco seja medido pela volatilidade, ou seja, pela variação dos preços dos ativos ao longo do tempo. No entanto, investidores com visão de longo prazo, como Warren Buffett, argumentam que volatilidade não é sinônimo de risco. Buffett resumiu essa ideia em sua carta anual aos acionistas da Berkshire Hathaway de 1993: "Para nós, o risco é a possibilidade de perder permanentemente o capital investido, não a volatilidade do mercado".

Um exemplo que reforça essa visão é o histórico do índice S&P 500. Criado em 1926, com uma composição inicial de 90 ações, o índice mais popular do mercado acionário americano nunca apresentou retorno nominal negativo em períodos superiores a dez anos. Portanto, investidores que mantiveram suas posições por longos períodos não sofreram perdas definitivas, apesar de o mercado ter enfrentado crises profundas, como as financeiras de 1929 e 2008, a Segunda Guerra Mundial, os choques de petróleo da década de 1970 e a pandemia de Covid-19. Isso demonstra que, para quem investe com um horizonte estendido, as flutuações momentâneas do mercado não representam um risco real.

Diferente dessa cesta diversificada de ações de empresas lucrativas, o investimento em ativos predominantemente especulativos, como startups ou criptomoedas alternativas, pode resultar na perda definitiva do patrimônio, configurando um risco real — mesmo em horizontes de longo prazo. Aqui, devemos seguir a máxima "podemos correr um grande risco de pequenas perdas, mas não um pequeno risco de grandes perdas".

Nesse contexto, a reserva de emergência (composta por ativos líquidos e de curto prazo) e os seguros pessoais podem oferecer segurança em momentos de extrema volatilidade, garantindo a preservação do patrimônio. Temporalmente, a volatilidade pode ser uma ameaça para aqueles que precisam acessar seus investimentos em prazos curtos, como aposentados ou pessoas que usam seus ativos para complementar a renda. Para esses investidores, uma queda brusca no mercado pode comprometer sua capacidade de pagar despesas essenciais. Da mesma forma, investidores institucionais com despesas recorrentes, como fundos de previdência e endowments/fundos patrimoniais, também não podem sofrer volatilidade excessiva, pois isso poderia gerar um descompasso entre os seus ativos e as suas obrigações financeiras.

Portanto, a relação entre risco e volatilidade depende do contexto: para investidores de longo prazo, o risco real é perder dinheiro de forma definitiva, enquanto para aqueles com necessidades imediatas de liquidez, a volatilidade pode ser um risco relevante.

Na Armada Multi Family Office, buscamos conhecer profundamente nossos clientes, suas necessidades e expectativas, para estruturar portfólios que conciliem rentabilidade e segurança. Nosso objetivo é minimizar os riscos reais, garantindo que a exposição à volatilidade esteja sempre alinhada ao perfil e às metas individuais de cada investidor.